NORDESTE SANGRENTO(LAMPIÃO,MARIA BONITA,CORISCO E OS CANGACEIROS: Entrevista Cadim Machado, último coiteiro de Corisco

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Entrevista Cadim Machado, último coiteiro de Corisco

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Homenagem a Napoleão Tavares Neves
Homenagem a Napoleão Tavares Neves
"O entusiasmo e as orientações de Napoleão Tavares Neves; esse maravilhoso amigo; foram mola mestra para a construção do Cariri Cangaço..." Manoel Severo
Pra gente aqui ser poeta, não precisa professô, basta ver no mês de maio, um poema em cada gaio e um verso em cada fulô

"nasci no dia 5 de março de 1909, no lugar denominado Serra de Santana, que fica no interior do Estado do Ceará, pertencendo ainda à região do Cariri...eu já com 20 anos, foi que começaram a me chamar Patativa. Posso dizer que foi José Carvalho de Brito que pôs esse apelido que o povo hoje conhece, esta alcunha. Patativa do Assaré. Depois começou a surgir outro Patativa por aí afora também fazendo verso, cantando ao som da viola, e o povo, para distinguir, quando se falava de uma poesia que o povo gostava, perguntava logo: é do Patativa do Assaré? Só quero se for do Patativa do Assaré, sendo do Patativa do Assaré eu quero. Então começaram a me tratar Patativa do Assaré"

Trecho de autobiografia do maior poeta do sertão...colhido no Blog: patativaofilme, de Rosemberg Cariri

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CEGO ADERALDO

“Tenho aqui minha morada como residência e pouso, vivo alegre e cheio de vida que não me falta conforto , penso que só saio daqui um dia depois de morto”

Trecho de poema do grande Cego Aderaldo, ou, Aderaldo Ferreira de Araujo, declarando seu amor à terra que o acolheu: Quixadá; Cego Aderaldo era filho de Crato e não nasceu cego, veio ao mundo em 24 de julho de 1878 , mudou ainda com meses de vida para o sertão central; aos 24 anos de idade, depois de um "mal repentino" foi surpreendido pela escuridão; andou por todo esse Nordeste de meu Deus, com sua rabeca mágica e seus versos encantados; transformou-se numa legenda viva do brasil real, sertanejo, de todos nós.

Conta a lenda que Virgulino em Juazeiro encontrou Cego Aderaldo e quis ouvir a cantoria do célebre violeiro e Aderaldo não se fez de rogado. Puxou a rabeca, tirou a nota mais apropriada e soltou o verbo:

“Existem três coisas, que se admira no sertão: o cantar de Aderaldo, a coragem de Lampião e as cousas prodigiosas do Padre Cícero Romão”.

Ao que Lampião respondera:

“Aderaldo seu pedido pra mim foi muito belo , se você não fosse cego, lhe dava um “papo-amarelo” , tome esta pistola velha que matou Antonio Castelo”.